O lugar da mulher na TI

Margaret Hamilton ao lado do código fonte do programa que levou o homem à Lua.

As discussões de gênero e o feminismo tem levantado debates que questionam o status quo. O efeito vai desde a conscientização de algumas mentes até a hermetificação de outras. Será que a área de TI, que se gaba de seu espírito vanguardista, de constante atualização, tem se atualizado também nas questões de gênero? É possível que não.

Na busca por culpados, em primeiro lugar vem a própria sociedade. Esta reforça estereótipos machistas, escondidos sob o manto da “naturalidade”. Afinal quem nunca ouviu: “a mente da mulher não é tão lógica quanto a do homem”?

São construções sociais como estas que tem feito com que apenas 16% das pessoas que trabalham com TI se declarem do sexo feminino. Isso em um universo numérico em que as mulheres representam mais de 50% da população nacional. Qual o motivo?

Apesar da história da computação ter eternizado o nome de várias mulheres brilhantes, TI se apresenta como um espaço a ser conquistado: ela é a “estranha no ninho” e precisa ser aceita. E é justamente aqui que a pressão começa. Ela sente que deve ser à prova de falhas, sob a condição de ser identificada como impostora e assim ser expulsa do meio. Seu currículo deve ser impecável. Não pode ficar grávida (o que para muitos é um defeito) e por aí vai.

Depois das cobranças, vem o assédio em seus variados sabores. Do moral ao sexual, mulheres são silenciadas em relação aos assédios que sofrem diariamente pelo medo de serem demitidas ou taxadas de “anti-sociais”.

Com esta perspectiva, não é difícil de compreender a grande evasão feminina nos cursos da área.

Mas… como mudar tudo isso?

Internet e o conhecimento que liberta.

Com a Internet, cada computador é um terminal de acesso à todo o conhecimento humano e um meio de comunicação que não reconhece distância. A mulher, de qualquer idade, precisa ser incentivada a extrair mais da Internet. Desde aprender com o conhecimento de outras mulheres até mesmo baixar uma apostila de algoritmo e aprender a programar. O que nos leva a…

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Visibilidade


Dorothy Vaughan, Katherine Johnson and Mary Jackson (E-D) são as verdadeiras “Estrelas além do tempo” (Filme: Hidden Figures)

Visibilidade é um dos meios mais importantes para a mudança destes paradigmas sobre as mulheres e a TI. Isso porque ela age em dois níveis: o pessoal e o social.

No âmbito pessoal, a visibilidade ajuda na minha auto-aceitação. Quando vejo alguém ou um grupo ocupando determinada posição, eu não questiono se tal espaço é ou não para mim. Se eu sei que há mulheres em TI, a minha luta pela conquista do meu espaço é feita com maior coragem. Se ela conseguiu chegar lá, eu também consigo.

No âmbito social acontece de igual forma. O efeito da visibilidade é a normalidade. No coletivo, a visibilidade ameniza o estranhamento inicial. Isso em qualquer área.

Por isso é importantíssimo o Dia Internacional da Mulher. Mesmo sendo mais de 50% da população, ela ainda fica oculta em um mundo masculino. Porque neste dia (pelo menos) paramos para refletir sobre a necessidade de ter mais mulheres em TI. Por quê? Porque as mulheres podem estar onde bem entenderem!

Todos os direitos para vocês!


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